quarta-feira, 20 de março de 2013

Capixaba viaja por 78 cidades do Espírito Santo em moto de 125cc

A intrépida Lucimara "Cristal" Marques
Uma motocicleta de 125 cilindradas, a paixão pelas estradas e um desafio: percorrer todos os 78 municípios do Espírito Santo e registrar os momentos. Foi assim que Lucimara "Cristal" Marques, moradora da Serra, na Grande Vitória, foi certificada como primeira mulher a fazer tal percurso no estado, pelo grupo de motociclistas "Fazedores de Chuva", que conta com participantes de toda a América Latina. Após mais de 4,4 mil quilômetros rodados e 17 dias de viagem, no Dia Internacional da Mulher (08/03/2013). Até mesmo o apelido foi adquirido por causa do motociclismo. “Na minha moto tem a frase 'Sou frágil, não me mate', e os amigos começaram a me chamar de Cristal por causa disso”, contou. Lucimara terminou o desafio em novembro de 2012 e foi certificada no mesmo mês no Encontro de Fazedores de Chuva em Vitória, que contou com integrantes de várias partes do continente. Mas para provar que havia cumprido o prometido, ela precisou tirar fotos na frente de todas as prefeituras dos municípios do estado. A paixão por viagens em motocicleta começou após um acidente, que acabou motivando a primeira viagem de Cristal. “Em 2009, caí de moto na Serra porque acabei derrapando em óleo derramado na pista. Fiquei com medo de pilotar durante um tempo, mas depois disso comecei a refletir o quanto tinha sido difícil comprar a moto e também tirar a carteira. Fiquei sabendo de um encontro de motociclistas em Prado, na Bahia, e resolvi encarar, sem conhecer ninguém”, contou. Depois disso, já foram mais de 65 mil quilômetros rodados pelo Espírito Santo, Sul da Bahia e Minas Gerais. Ela admitiu que não tem medo de viajar de motocicleta pelas estradas do estado. "Eu gosto mesmo, ultrapasso caminhões e tudo. Comigo não tem tempo ruim, com sol ou chuva", explicou.

Mudança de vida

Cristal explicou que sua vida mudou depois que passou a adotar a motocicleta com veículo para viagens e passeios. "A moto me trouxe muitos benefícios, como a agilidade, a sensação de liberdade e também amigos. Digo isso porque os motociclistas são uma família e nossa união está nos encontros periódicos que acontecem aqui no Espírito Santo e em outros estados. Na verdade, esses encontros são criados para termos um motivo para mais uma viagem", explicou. A capixaba, que está desempregada e tem um filho, falou sobre sua vontade e coragem de fazer um percurso mais longo com o veículo. "Conheço pessoas que já foram até o Alasca de moto, acho isso incrível. Para fazer isso, precisaria de uma moto mais e mais potente, que me ofereça mais segurança. No momento não tenho condições para uma dessas, mas já estou precisando trocar a minha, que está cansada. Já fiz mais de 65 mil quilômetros com ela", contou.

Estradas do Espírito Santo

Ao contrário de muitos capixabas, Lucimara não apresentou muitas reclamações sobre as rodovias e estrada que cortam o Espírito Santo. O destaque foi para o trecho da BR-262 que vai de Iconha até Venda Nova do Imigrante. "Como viajo de moto, não tenho muito problema com o fato de as pistas não terem muitas duplicações. Sou acostumada a fazer ultrapassagens, acho emocionante, então não fico para trás. Adoro passar pela BR-101, aproveitando a paisagem. É uma boa rodovia, na minha opinião", disse. Ao definir a pior estrada que já passou no estado, a motociclista citou a Rodovia Doutor Afonso Schwab, que liga os municípios de Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá, na região Serrana. "Essa estrada é um caos, péssima. Há muitos buracos e também passam muitos caminhões. Tive que fazer a viagem com muito cuidado quando passei por ela", descreveu Cristal. Até hoje, o maior desafio encontrado por Cristal foi na ES-177, estrada em construção de Muqui para Jerônimo Monteiro, no Sul do estado. "Havia uma descida com muita areia na pista. Tive que ir bem devagar, controlando, porque minha moto tem pneu pequeno e não tem marchas. Não podia frear na descida pois corria o risco de derrapar e não podia reduzir a marcha. Foi um trajeto muito difícil", contou.

Desventuras

Apesar do lazer da viagem, o vento no rosto e paisagens bonitas, durante a passagem pelo município de Dores do Rio Preto, no Sul do estado, a moto de Cristal parou de funcionar por causa de uma correia desgastada. “Meu marido estava com outra moto, viajando comigo e foi essencial a presença de outra pessoa para resolver a situação. Só em Cachoeiro de Itapemirim havia outra peça que eu pudesse usar, e ele foi até lá buscar, só voltando de madrugada. No outro dia, se manhã, consertamos a moto”, lembrou. Em outra situação, voltando do município de Nova Viçosa, na Bahia, com um grupo de amigos motociclistas, Lucimar também enfrentou problemas. “Estava com um grupo de amigos com motos de baixa cilindrada, como a minha. Pegamos chuva o tempo todo e as motos foram quebrando durante toda a viagem. A sorte é que uma pessoa do grupo entendia de mecânica e foi dando jeito em tudo. Foi um percurso cansativo, mas cheio de aventuras”, contou. Sobre os perigos nas estradas, a capixaba confessou que sempre pede conselhos a Deus antes de seguir em mais uma viagem. “Tenho uma conversa com Ele antes, e sempre sei quando posso fazer uma viagem sozinha, se preciso ir acompanhada ou se não devo sair de casa. Em várias situações que Ele me falou para não ir sozinha, minha moto deu problema e seria muito difícil resolver tudo sem outra pessoa ajudando”, disse Cristal.

Fontes: G1, Free Rider Moto Clube, texto Juliana Borges.

3 comentários:

  1. Oi Mulheres motociclistas

    Achei muito bom seu blog, também um blog keniarocha-vivercomarte.blogspot.com.br , fala de artes de imagens e eu sou apaixonada por motos, fiz um link para o seu blog .

    Grande abraço
    Kênia Rocha Temos uma HARLEY 883 R

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Nossa eu adorei a Historia Cristal... que coragem e espirito tem essa garota.... Parabéns a ela e ao Blog.

    bjos

    Erusca

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