A intrépida Lucimara "Cristal" Marques |
Mudança de vida
Cristal explicou que sua vida mudou depois que passou a adotar a motocicleta com veículo para viagens e passeios. "A moto me trouxe muitos benefícios, como a agilidade, a sensação de liberdade e também amigos. Digo isso porque os motociclistas são uma família e nossa união está nos encontros periódicos que acontecem aqui no Espírito Santo e em outros estados. Na verdade, esses encontros são criados para termos um motivo para mais uma viagem", explicou. A capixaba, que está desempregada e tem um filho, falou sobre sua vontade e coragem de fazer um percurso mais longo com o veículo. "Conheço pessoas que já foram até o Alasca de moto, acho isso incrível. Para fazer isso, precisaria de uma moto mais e mais potente, que me ofereça mais segurança. No momento não tenho condições para uma dessas, mas já estou precisando trocar a minha, que está cansada. Já fiz mais de 65 mil quilômetros com ela", contou.
Estradas do Espírito Santo
Ao contrário de muitos capixabas, Lucimara não apresentou muitas reclamações sobre as rodovias e estrada que cortam o Espírito Santo. O destaque foi para o trecho da BR-262 que vai de Iconha até Venda Nova do Imigrante. "Como viajo de moto, não tenho muito problema com o fato de as pistas não terem muitas duplicações. Sou acostumada a fazer ultrapassagens, acho emocionante, então não fico para trás. Adoro passar pela BR-101, aproveitando a paisagem. É uma boa rodovia, na minha opinião", disse. Ao definir a pior estrada que já passou no estado, a motociclista citou a Rodovia Doutor Afonso Schwab, que liga os municípios de Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá, na região Serrana. "Essa estrada é um caos, péssima. Há muitos buracos e também passam muitos caminhões. Tive que fazer a viagem com muito cuidado quando passei por ela", descreveu Cristal. Até hoje, o maior desafio encontrado por Cristal foi na ES-177, estrada em construção de Muqui para Jerônimo Monteiro, no Sul do estado. "Havia uma descida com muita areia na pista. Tive que ir bem devagar, controlando, porque minha moto tem pneu pequeno e não tem marchas. Não podia frear na descida pois corria o risco de derrapar e não podia reduzir a marcha. Foi um trajeto muito difícil", contou.
Desventuras
Apesar do lazer da viagem, o vento no rosto e paisagens bonitas, durante a passagem pelo município de Dores do Rio Preto, no Sul do estado, a moto de Cristal parou de funcionar por causa de uma correia desgastada. “Meu marido estava com outra moto, viajando comigo e foi essencial a presença de outra pessoa para resolver a situação. Só em Cachoeiro de Itapemirim havia outra peça que eu pudesse usar, e ele foi até lá buscar, só voltando de madrugada. No outro dia, se manhã, consertamos a moto”, lembrou. Em outra situação, voltando do município de Nova Viçosa, na Bahia, com um grupo de amigos motociclistas, Lucimar também enfrentou problemas. “Estava com um grupo de amigos com motos de baixa cilindrada, como a minha. Pegamos chuva o tempo todo e as motos foram quebrando durante toda a viagem. A sorte é que uma pessoa do grupo entendia de mecânica e foi dando jeito em tudo. Foi um percurso cansativo, mas cheio de aventuras”, contou. Sobre os perigos nas estradas, a capixaba confessou que sempre pede conselhos a Deus antes de seguir em mais uma viagem. “Tenho uma conversa com Ele antes, e sempre sei quando posso fazer uma viagem sozinha, se preciso ir acompanhada ou se não devo sair de casa. Em várias situações que Ele me falou para não ir sozinha, minha moto deu problema e seria muito difícil resolver tudo sem outra pessoa ajudando”, disse Cristal.
Fontes: G1, Free Rider Moto Clube, texto Juliana Borges.