quinta-feira, 24 de maio de 2012

É de pequena que se aprende a voar...

filha do vento
Olá girls, depois de uma breve pausa, estamos de volta!! E para comemorar o mês do Motociclismo Feminino, o Blog publica a história de uma incrível garota do Grupo, nossa Ju Albuquerque, mais uma filha do vento! Vai Ju, voa!!! Me lembro bem como era... Naquela época não precisava usar capacete, eu precisava apenas sentar no tanque da moto e segurar no guidon o mais firme que minhas pequenas mãos conseguissem. Meu pai estava no comando me dando apoio e isso me deixava segura. Quando a moto começava a se movimentar, meus longos cabelos claros dançavam ao ritmo do vento. Meus olhos se fechavam, minha boca se abria, meu sorriso aparecia... Aquela sensação me fascinava, me fazia voar... Eu só tinha cinco anos e já amava a sensação do vento no rosto e da liberdade que a moto me proporcionava. A ida à escola era sempre mágica, todos os dias meu pai me levava de moto e se por algum motivo ele não pudesse ir comigo, meu vizinho fazia sua vez, me levando de Vespa! Eu também amava e dizia que queria uma daquela pra mim! E foi assim durante anos, vivi minha infância toda no passeando no tanque da moto, depois conforme fui crescendo, na garupa do meu pai... E então, veio a adolescência, a vontade louca de viver e aprender coisas novas do tipo, pilotar! Aos 14 anos pedi ao meu pai que me ensinasse a andar de moto, queria aprender, já estava cansada de ser garupa. E ele me disse: “Então vamos!”

fazendo parte da paisagem
Destemida eu fui! Aprendi até que fácil, dei algumas voltas sozinhas, mas na última... O tombo foi feio! Me ralei toda, sangrei... Mas meu pai não me deixou desanimar, me ajudou a levantar, levantou a moto do chão e disse: “Vamos embora! E eu vou na sua garupa!”. Fui engolindo as lágrimas  até chegar em casa. Minha mãe já estava esperando no portão, ficou chocada de me ver ralada, porém não disse nada que pudesse me desanimar. Ainda dei uma voltinhas na rua, me mantendo forte, para mostrar a mim mesma que apesar das dores, o tombo não tinha me abalado. Mas ao entrar no chuveiro e ficar sozinha, desabei a chorar, de dor e de vergonha de ter caído... Me senti um fracasso... Depois desse episódio, voltei a pilotar "mesmo" somente aos dezoito anos, quando fui tirar a minha habilitação. Já não havia o sentimento de fracasso e nem o medo de cair de novo. E no decorrer dos anos, já sem medo, eu pilotava com toda paixão do mundo e com a mesma sensação de felicidade que eu sentia quando estava ainda sobre o tanque da moto do meu pai. Descobri o motoclubismo, o moto Turismo e o fascínio por fotografar estradas e caminhos... Adquiri experiência em matéria de motociclismo e o prazer em ser garupa também, pois é sendo garupa que fotografo todo o percurso, cada pessoa, cada objeto na estrada, fotografo a vida das pessoas que utilizam a estrada para trabalhar, passear, andar de bicicleta, a pé, com o filho no colo, namorando... Enfim, coisas simples que acontecem e as vezes, só quem está na garupa pode fotografar. Fotos que seriam impossíveis de se fazer dentro de um carro, por exemplo... Imagens que encantam, que nos fazem refletir e pensar... e na moto, você é parte da paisagem!! Emocionante!! Hoje sou uma amante incondicional do motociclismo. Piloto minha moto, visto o colete com o brasão do meu clube e vivo feliz assim! Dedico a minha vida a isso, dou o melhor de mim para o moto clube do qual faço parte, vivo intensamente cada km rodado e conquistado, cada cidade visitada, cada fotografia que coleciono... E é claro, tenho um mega carinho pelo grupo Mulheres Motociclistas Apaixonadas por Motos, que me ensinam muito a cada dia, a cada post aqui no Blog! Viva o mês do motociclismo feminino! 


Fotos e texto: Ju Albuquerque

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Mês do Motociclismo Feminino

Nossa vida, nossa estrada!!!

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